
É mais comum do que se pensa a criança em idade escolar apresentar dificuldades acadêmicas. Muitas vezes, os pais se angustiam quando percebem que seu filho vivencia dificuldades para aprender, ou apresenta problemas de relacionamento com os demais coleguinhas. A situação pode acabar atingindo o ambiente familiar e influenciar negativamente a auto-estima da criança. Por este motivo, é fundamental que os cuidadores busquem ajuda para superação de quadros como este.
Quando pertinente, uma Avaliação Neuropsicológica bem feita, voltada especificamente para a Infância e Adolescência esclarece, com bom nível de detalhamento, as condições atuais do funcionamento cognitivo e emocional da criança e do adolescente.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – o DSM IV - da Associação Psiquiátrica Americana (editado, no Brasil, pela Artmed), publicação que referencia procedimentos, pesquisas e políticas de saúde mental no mundo inteiro, exige – para toda e qualquer avaliação de dificuldade ou transtornos ligados à capacidade de aprender – a etapa de avaliação do funcionamento cognitivo feita individualmente e com instrumentos padronizados. Esta é considerada a forma mais eficaz de conhecer a dificuldade com bom nível de detalhamento.
A Avaliação Neuropsicológica da queixa escolar possibilita a discriminação de presença ou não de alteração ou atraso no funcionamento de áreas como ATENÇÃO, MEMÓRIA, INTELIGÊNCIA, PERCEPÇÃO, HUMOR, LINGUAGEM, FUNCIONAMENTO MOTOR, CAPACIDADE DE PLANEJAR, ORGANIZAR e MODIFICAR O FOCO SEM PERDER A MOTIVAÇÃO (FLEXIBILIDADE MENTAL) em campos considerados primordiais para o processo de aprendizagem, relações sociais e familiares, aquisição das habilidades comunicativas e interativas, entre outros fatores que caracterizam o amadurecimento esperado em determinado período do ciclo vital. Ela não fecha um diagnóstico. Mas auxilia no estabelecimento do diagnóstico mais preciso em quadros como:
-Dificuldades ou Transtorno de Aprendizagem;
-Causa(s) da dificuldade de Adaptação Escolar;
-Disfunções próprias da infância, como, por exemplo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH;
-Atrasos e déficits cognitivos e mentais;
-Autismo e outros Transtornos Globais do Desenvolvimento.
A Avaliação Neuopsicológica da queixa escolar auxilia entender se o quadro apresentado pelo aluno tem como causa fatores emocionais (psicogênicos) ou neurofisiológicos (ou seja, do funcionamento cerebral).
POR QUE AVALIAR?
Para planejar a intervenção mais adequada para superação do déficit, respeitando a singularidade da criança. A partir do que foi percebido na avaliação, é possível estabelecer - conjuntamente com o grupo familiar – um plano terapêutico singular para superar o que está limitando o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança ou adolescente.
Isto pode ser feito através da adoção de estratégias como a reabilitação cognitiva focada na limitação, encaminhamento ao psicopedagogo, tratamento psicológico para alívio dos sintomas emocionais, a mediação entre família e escola, até a orientação estratégica de pais ou cuidadores sobre como proceder diante de determinada dificuldade.
O importante, em todo e qualquer caso, é respeitar as características da criança e da família, proporcionando ganho em sua qualidade de vida.